SPFW 59: Desfile de Weider Silveiro promete trazer feminilidade inspirada em grandes divas
Antes de qualquer questão de paleta de cores ou formas específicas, o trabalho de Weider Silveiro tem como base a busca por uma visão única de feminilidade. A essência do seu design está em criar a partir de uma figura feminina que valoriza a feminilidade e a visibilidade do corpo feminino. No entanto, ele também mantém a presença de elementos urbanos, versáteis e contemporâneos, que são igualmente essenciais em seu repertório.
Para esta edição da SPFW N59, a silhueta feminina e seus significados não só fundamentam o trabalho do estilista, como se tornam o centro da criação das peças que serão apresentadas no desfile, marcado para o dia 9 de abril, às 10h30, no Shopping JK Iguatemi.
Seguindo a mesma linha de raciocínio da coleção anterior, Weider trabalha as formas das roupas com foco no que é reconhecido como feminino ou como características desse universo. Na moda, isso se traduz em cinturas marcadas, realce para as curvas dos quadris e do busto. Esse conceito se torna ainda mais evidente em uma coleção onde a roupa em si ganha destaque, carregando as formas e os significados do feminino representados na arte e cultura ao longo da História.
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Corpo de Vênus
Weider inicia sua criação ao reinterpretar os diferentes corpos da deusa Vênus, associada ao amor, à beleza e à fertilidade, explorando suas representações em várias fases da arte. Em seguida, ele faz uma conexão entre essa silhueta, que remete à mulher como símbolo de desejo, e a postura de divas contemporâneas, com atitude autêntica e protagonismo — estrelas do pop muito admiradas por Weider, como Cher, Madonna e a paraense Joelma.
Entre as referências, está a Vênus de Willendorf, uma estatueta pré-histórica considerada uma das primeiras representações femininas da humanidade, famosa pelos seios e quadris volumosos, associados à fertilidade.
A correspondência entre as deusas do amor, da beleza e da sexualidade na mitologia grega (Afrodite) e romana (Vênus), eternizada na escultura da Vênus de Milo, é reconhecida como o ideal de beleza da Antiguidade. Já a Vênus pintada por Botticelli, com sua silhueta delicada e quase etérea, reflete a evolução do conceito, passando a identificar o feminino como algo sutil e imaterial.
A produção de Weider, como ele mesmo enfatiza, não é agênero, sendo desenvolvida com foco na anatomia feminina – que hoje aceita tanto roupas tradicionalmente femininas quanto peças voltadas para a silhueta masculina com naturalidade. No entanto, homens que optam por roupas feitas para o corpo feminino, como é o caso de uma pequena clientela masculina de Weider, são vistos como ‘ousados’. Essa provocação do estilista busca questionar por que os símbolos femininos, quando não estão relacionados a uma figura feminina convencional, ainda geram reações.
Tecidos escolhidos
Essas diversas versões de corpos femininos ganham vida por meio de malhas, um dos materiais em que Weider é especialista. Entre os tecidos escolhidos, destaca-se o jersey de poliamida, uma versão mais refinada do ponto roma, que possui nós mais fechados para proporcionar melhor caimento e elasticidade.
Esse material oferece conforto e liberdade de movimento, características essenciais para uma mulher urbana, com um estilo de vida dinâmico que deseja se afirmar. Esse jersey é desenvolvido pela Nanete Têxtil, patrocinadora do desfile.
O denim complementa as malhas na coleção, e o jeans selecionado por Weider tem um impacto ambiental reduzido, pois não passa pelo processo de lavagem, uma das etapas mais consumidoras de água na produção de jeans. O tecido é produzido pela Canatiba Têxtil, também apoiadora do desfile. Além do tradicional azul do denim, Weider trabalha com uma paleta monocromática composta por tons de verde menta, verde berinjela, vermelho e um tom suave de rosa.
A coleção de Weider Silveiro para esta SPFW N59 é um estudo dedicado, inspirado por signos, expressões e representações da feminilidade, explorando o universo ao seu redor.
