Quebra de padrões e clássicos da moda: O que esperar do desfile de Walério Araújo na SPFW 59?

Walério Araújo irá apresentar coleção na SPFW 59 – Reprodução / Estúdio Garagem e Instagram

Ousadia, inovação e luxo são elementos essenciais nas coleções e desfiles de Walério Araújo – e nesta edição da SPFW N59, o estilista usa esses componentes para destacar o poder da moda como uma ferramenta de transformação, quebrando as convenções tradicionais de identidade e promovendo a construção da autenticidade. 

O desfile começa com um terno do lado avesso, simbolizando aquilo que carregamos internamente, mas nem sempre mostramos. A partir daí, surgem mais peças de alfaiataria, com a parte da frente inteira, mas costas expostas, fazendo uma referência sutil ao fetiche do cross-dressing, ao provocar a reflexão sobre quem somos quando estamos longe dos olhares do público.

A questão dos papeis de gênero na moda é explorada com ênfase nesta coleção de Walério. Modelos masculinos desfilam vestidos, com destaque para uma peça estampada com a imagem de Márcia Daylin, mulher trans que é uma das grandes musas do estilista desde o início de sua trajetória. 

Também se destacam modelos com cortes clássicos da moda feminina, como peças acinturadas, fluidas e leves, com costas completamente abertas, e silhuetas de maiôs cavados (outra peça sensual muito presente no repertório de Walério) ou até mesmo macacões de vinil, criando um contraste que demonstra como a feminilidade e o fetiche podem coexistir. Essas peças aparecem tanto em homens quanto em mulheres.

Presenças ilustres

Personalidades marcantes, figuras importantes na vida de Walério, também estarão no desfile, brincando com suas próprias facetas nas roupas criadas especialmente para elas. A influenciadora Maya Mazzafera desfila usando um terno com camisa, peças que evocam o guarda-roupa masculino. Já a chef Janaína Torres aparece com uma peça que mistura o dólmã na parte da frente e um vestido ajustado nas costas, com uma estampa que remete ao alter ego de Dona Onça.

 

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Assim como nas coleções anteriores, peças mais versáteis também marcam presença nesta coleção. A estampa de onça com a logomarca WA, símbolo das criações de Walério, aparece em tricôs amplos e confortáveis, combinados com calças da mesma estampa, feitas com modelagem de alfaiataria – o contraste entre as silhuetas traz um ar descolado aos looks, ao mesmo tempo em que mistura diferentes estilos, dentro da proposta do desfile de revelar identidades e personalidades.

As matérias-primas misturam diferentes caimentos e texturas, trazendo tecidos como tafetá, shantung, vinil, jersey e veludo alemão, além de estampas exclusivas desenvolvidas pela tecelagem Teda Têxtil. Também se destacam os tecidos com superfície em formato de casa-de-abelha, criados pelo Atelier Masí de Pernambuco, que já colaborou com um look na edição anterior. A paleta de cores transita entre o preto, nude, roxo e tons avermelhados, além das nuances que aparecem no animal print.

Acessórios e sapatos

Os acessórios de cabeça, uma especialidade de Walério, aparecem mais sóbrios, mas ainda assim repletos de glamour, com máscaras tipo balaclava feitas de strass, renda e até uma cabeça coberta de flores, explorando novamente o equilíbrio entre feminilidade, fetiche e opulência. 

Os sapatos do desfile resultam de uma colaboração entre Walério e a loja de calçados maranhense Claudio Carvalho, que desenvolveu cinco modelos em parceria com o estilista. Dois desses modelos – bota e sandália – estarão na passarela, com saltos mais espessos e também finos. 

Todos os novos modelos, incluindo sandálias rasteiras, estarão disponíveis para compra logo após o desfile, em uma venda especial realizada pela WA, Guarda Mundo e Claudio Carvalho, que contará com as colaborações de bolsas e sapatos, além de itens da coleção mais recente de Walério, como a Turma da Mônica e Copan. As peças estarão disponíveis em um espaço na Galeria Metrópole, no centro de São Paulo, entre os dias 11 e 13 de abril.

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