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Na despedida de Alexander Wang da Balenciaga, a monocromia domina

Published 22/01/2016

Uma brisa romântica com toque urbano tomou conta do desfile de despedida do estilista americano Alexander Wang, que deixou a Balenciaga após três anos à frente da maison. Na passarela, tops cropped, calças de seda, delicados vestidos de renda… tudo branco e off white! E bem delicado, quase etéreo, no clima boudoir que invadiu Paris na temporada de primavera. “Tem tudo a ver com o underwear. Como me senti no último dia de aula, quis fazer algo inesperado”, diz Wang. 


Nos pés, slippers de renda reforçaram o conforto, que é tema recorrente nas passarelas há várias temporadas. Até o cenário do desfile, com piscinas, lembrava um spa e dava uma sensação de relaxamento. Transparências bem dosadas e babados fizeram um mix de sensualidade e romantismo. Sexy, mas com uma atitude relax, mais descolada, sem abrir mão da feminilidade e do caprichoso trabalho artesanal em cada peça. Tecidos telados, riscas de giz e ricas texturas adicionaram um tempero contemporâneo, que surgiu também nas bolsas com franjas e nas maxipochetes – sim, a estação está cheia de referências dos anos 1990!


O nome do substituto de Wang já foi anunciado pelo grupo Kering: Demna Gvasalia, do coletivo parisiense Vetements, que tem passagens por Louis Vuitton e Martin Margiela. A expectativa para a estreia do estilista, em março, é grande. Afinal, a veia street underground, quase antifashion, da Vetements parece ser o extremo oposto da Balenciaga. Nas coleções do coletivo, o objetivo é oferecer roupas que sejam usáveis e financeiramente acessíveis. “Uma moda que tenha lugar no mundo real”, diz. Se a intenção da maison é se reposicionar, a mudança pode trazer novos e interessantes ares à label fundada pelo icônico Cristóbal Balenciaga (1895-1972). Resta saber como Gvasalia vai aliar a tradição da maison à sua visão contemporânea de moda.


Coluna publicada na edição 1159 da Revista CARAS.
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