A realidade aumentada chegou com tudo no mundo da moda por meio das roupas digitais. A tendência futurista consiste na criação de looks virtuais a partir de fotos enviadas pelos usuários.
Mesmo sem a venda de produtos físicos, o mercado da moda digital já movimenta milhões de dólares na indústria fashion. Grifes como a Gucci, por exemplo, já comercializam tênis digitais. Dentre as diversas plataformas, a RTFKT também se destaca. A marca de sneakers chamou atenção em 2020, após viralizar uma foto de Elon Musk no Met Gala usando um de seus calçados, vendido por US$ 15 mil e inserido de forma completamente digital.
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Já existem algumas plataformas na web voltadas exclusivamente para esse mercado. De acordo com o fashionista e influenciador Édipo Pereira, a maioria das plataformas funciona da seguinte forma: “O consumidor compra uma peça digital, entre roupas, sapatos e acessórios, envia sua fotografia para a plataforma, que insere digitalmente essa roupa na foto com todos os ajustes e entrega o resultado final ao cliente”, explica. “O processo é possível graças aos recursos atuais de modelagem e prototipagem 3D, com os quais se pode brincar com a imaginação e investir em produções autorais com muita criatividade.”.
Inspiradas nas skins – conjunto de design e características estéticas dos personagens – dos videogames, a moda digital apresenta algumas diferenças em relação ao mercado de jogos. “Apesar das semelhanças, roupas digitais e skins para jogos definitivamente não são a mesma coisa. Enquanto a moda digital é focada em pessoas reais, você só pode usar as skins no contexto dos jogos eletrônicos”, aponta.
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“Mas é importante ressaltar que os dois setores estão relacionados nos dias de hoje. O mundo dos games, por exemplo, tem atraído os olhares dos grandes nomes da moda, como Louis Vuitton e Burberry. As duas marcas já lançaram itens de luxo para serem utilizados dentro dos jogos”, relembra. Fortnite e Animal Crossing são alguns games que apresentam esse tipo de case.
Uma das grandes vantagens da moda digital é a sua pegada sustentável. “Por vender roupas sem o consumo de recursos materiais, é uma alternativa possível no contexto online. Com a popularização do 5G no Brasil em um futuro próximo, a tendência tem tudo para ser sucesso por aqui”, opina Édipo.
Apesar de ainda parecer uma realidade distante e olhada por muita gente com certo estranhamento, a moda digital ainda promete impactar, e muito, a indústria como um todo. “As roupas digitais não vão se limitar ao seu uso nas redes sociais, como o Instagram e o TikTok. O mercado das roupas físicas vai ser bastante influenciado por essa novidade”, acrescenta o influencer.
“As tecnologias aplicadas nas plataformas que fazem a moda digital acontecer são super realistas. Elas imitam texturas, tecidos, medidas e caimento com bastante precisão. Assim, o varejo pode ser beneficiado, já que facilita a prática de e-commerces e otimiza a experiência da compra online. Portanto, a moda digital vai se tornar parte do nosso cotidiano em poucos anos”, prevê o fashionista.