Curtos ou longos? Românticos ou modernos? Giambattista Valli ofereceu todas as opções em seu desfile de alta-costura, em Paris, e assumiu sua faceta mais fashion nesta temporada. Tules, rendas e bordados foram os protagonistas da coleção, além das flores, é claro. Aliadas a plumas, brocados e organzas, elas adornaram os looks de forma nada óbvia, construindo um mood fresh que tem tudo para seduzir um público antenado – pense na atriz americana Jessica Alba e na alemã Diane Kruger, por exemplo, que são admiradoras da marca.
Silhuetas A-line, sobreposições (coroadas pelos vestidos-túnicas com calças ajustadas), transparências cuidadosamente planejadas e modelos com longas saias volumosas encheram os olhos de quem aprecia releituras criativas do conceito de feminilidade. Vide o vestido de ráfia metalizada, que reluziu na passarela francesa. Ou o vestido mullet e o pretinho rendado com jeito de tatuagem que deixaram a pele à mostra e garantiram uma bem dosada sensualidade. Ou ainda o conjunto verde metalizado de calça e túnica, que apostou em recortes para exibir uma textura inusitadamente chique.
Definitivamente, nesta coleção, o estilista italiano aproximou a costura da arte. Na paleta de cores, laranja fluo, verde-água e verde-esmeralda, rosa-claro e pink, prata, preto e branco combinaram delicadeza e excentricidade na dose certa. Esse mix de opostos ficou evidente no tomara que caia de tule com uma cascata de flores laranja fluo e nos acessórios exuberantes: maxibrincos bordados com cristais multicoloridos e óculos de sol com um cristal afixado em cada lente. Nada poderia ser mais literal para expressar o ponto de vista glamouroso da grife. Como num conto de fadas contemporâneo, a maison brilha e ocupa seu espaço, competindo no mesmo nível de gigantes como a Chanel.