A moda que representa: DJ Tamy fala sobre o protagonismo negro na estética

A artista multifacetada, usa a moda como ferramenta de identidade, resistência e afirmação da potência preta

DJ Tamy fala sobre o protagonismo negro na estética – Reprodução/Divulgação

Em um cenário onde, por muitos anos, a moda foi pensada por mulheres negras, mas não para elas, Tamy vem rompendo padrões e reforçando a importância de ocupar espaços.

Durante décadas, a indústria da moda se alimentou da criatividade e estética das mulheres negras sem, no entanto, incluí-las como verdadeiras protagonistas, seja na criação, nas passarelas ou até mesmo em campanhas. A DJ reconhece essa mudança e atribui a um esforço coletivo, de dentro para fora. “A moda é uma extensão do que eu sou. Eu visto muito do que eu sinto, do que me faz feliz, do que me faz bem”, afirma. “Moda é identidade. Acredito que consigo entender um pouco sobre uma pessoa a partir do que ela veste”.

Referência no universo da estética

Para além do visual, a verdadeira revolução simbólica acontece no dia a dia, justamente quando mulheres negras se apropriam da moda como ferramenta para narrar a própria história, elas desestabilizam padrões historicamente excludentes. “Vamos mostrar que a gente também usa o que a gente faz. Para além de ter mente criativa, a galera preta também consome”, reforça. “E eu acho que essa virada de chave parte muito desse princípio de entender que o que a gente faz é potente. É belo e é pra gente também viver, né?”, completou Tamy.

A DJ encarna uma geração que rejeita o papel de musa inspiradora apenas para os outros e se reconhece como criadora, consumidora e referência. Sua imagem, construída com liberdade e força, é também um manifesto contra os estereótipos que historicamente limitaram a presença das mulheres negras nos espaços de visibilidade e decisão, desmistificando origens arcaicas e impulsionando o empoderamento feminino.

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