REGIÃO SUL
No Paraná, imigrantes e descendentes ucranianos fazem a
paska, pão feito em casa e que deve ser bento na primeira missa do domingo.
Eles também produzem a pêssankas, ovos decorados à mão. Os traços nos ovos
significam bons desejos para o presenteado.
Em Ivoti , no Rio Grande do Sul, cães e gatos são pintados
de azul ou cor-de-rosa para anunciar às crianças que a época mais doce do ano
está se aproximando. Também por causa da forte influência alemã, a cidade fica
cheia de ninhos com ovos de chocolate.
Já em Pejuçara, também no interior do Rio Grande do Sul, os
4 mil habitantes têm orgulho de confeccionar tapetes de fuxicos que serão
estendidos dentro das igrejas e nas ruas do centro da cidade.
REGIÃO SUDESTE
A tradição da Malhação de Judas foi trazida pelos
portugueses e consiste em bater num boneco forrado de serragem pelas ruas e
depois atear fogo a ele. Em São Paulo, o ponto de maior concentração é a Rua
Lavapés, no bairro do Cambuci. A Malhação começou a ser realizada ali em 1937.
A comunidade grega, que concentra principalmente em São
Paulo e no Rio de Janeiro, costuma pintar ovos cozidos de vermelho. Depois de
decorados, duas pessoas fazem um desafio. Cada uma pega um ovo, faz um pedido e
batem um contra o outro. Aquela que conservar o ovo intacto tem o desejo
realizado.
A história dos tapetes de flores em Ouro Preto, Minas
Gerais, começou em 1733, ano da reinauguração da igreja Matriz de Nossa Senhora
do Pilar. Os tapetes cobrem os três quilômetros da procissão e os desenhos são
feitos com serragem colorida, flores, areia e palha.
A Páscoa iluminada de Araxá, Minas Gerais, é o maior evento
temático pascal do país. Acontece no entorno do Grande Hotel Araxá.
REGIÃO CENTRO-OESTE
Em Pirenópolis, Goiás, na Semana Santa, as ruas do centro
histórico e os casarões do século XVIII são palco das encenações dos rituais da
morte e da ressurreição de Cristo. O destaque fica por conta das belas imagens e
dos paramentos usados pelos fiéis nas procissões.
No Mato Grosso do Sul o cardápio do feriado cristão traz
influência paraguaia: tem a famosa chipa, uma versão do pão-de-queijo, só que
temperado com ervas, e a sopa paraguaia – na verdade, uma torta à base de
milho.
Na Cidade de Goiás acontece anualmente a procissão do
fogaréu. O ritual teve início na cidade em 1745 e revive a paixão e morte de
Jesus Cristo. Cerca de 20 mil fiéis chegam a participar. À meia-noite da quinta
para sexta-feira, 500 homens com tochas saem em procissão, acompanhados pelos
sons de tambores. A cidade fica completamente às escuras.
REGIÃO NORDESTE
Três pratos são muito tradicionais na Páscoa do Nordeste. O
primeiro deles é o quibebe, um tipo de purê de jerimum, consumido na Sexta-feira
Santa, no lugar da carne vermelha. O segundo é o arroz de coco (cozido com
leite de coco). E o mais emblemático é o feijão de coco, servido em forma de um
caldo bem grosso.
O Piaui é o Estado mais católico do Brasil. São quase 87,93%
da população que se denomina católica praticante. Por isso, muitos piauienses
lembram da quantidade de proibições que cercavam a Semana Santa antigamente. Na
Sexta-feira da Paixão, por exemplo, era proibido até tomar banho e pentear o
cabelo.
Em Brejo da Madre de Deus, Pernambuco, na Fazenda Nova,
acontece uma representação da Paixão de Cristo que é considerada o maior
espetáculo ao ar livre do mundo.
A mais famosa procissão do fogaréu baiana tem lugar em
Serrinha. Ela é realizada desde 1930 e foi transformada em Patrimônio Histórico
Imaterial da Bahia. Cerca de 30 mil fiéis sobem a colina de Nossa Senhora
Santana, o ponto mais alta da cidade, com velas e tochas.
REGIÃO NORTE
A procissão do Senhor Morto é realizada por todo o país.
Durante a caminhada, as pessoas que têm algum problema de saúde medem a parte
do corpo de Cristo relativo à doença com um pedaço de barbante. Por exemplo:
quem está com dores nas pernas mede a perna. Depois, esse barbante deve ser
amarrado em qualquer parte do corpo de Cristo. Em Belém, a procissão sai da
Catedral da Sé em direção à igreja de São João.
Barcarena apresenta a mais famosa encenação da Paixão de
Cristo da região Norte. Foi construída uma cidade cenográfica para receber os
130 atores e 200 figurantes que apresentam o espetáculo agora chamado de “Paixão
da Amazônia”.