O Nordeste brasileiro é um verdadeiro celeiro de criatividade e tradição, principalmente quando se fala de design e decoração, com peças produzidas por artesãos e designers da região. Este movimento artístico vai além da simples estética, incorporando elementos culturais e históricos que representam a rica herança nordestina. Cada peça conta uma história, desde técnicas ancestrais até inovações contemporâneas, todas feitas com um cuidado artesanal que garante autenticidade e exclusividade.
Daniela Falcão, do hub Nordestesse, apresenta 11 marcas nordestinas que vão trazer um toque especial na decoração de sua casa. Confira:
Ceramiquinho
Criado pelo talentoso artesão, ilustrador e designer Guilherme Lira, o projeto Ceramiquinho traz à vida personagens encantadores através da cerâmica esmaltada. Galinhas, onças e botos são alguns dos protagonistas que ganham espaço e charme em qualquer decoração. A novidade da vez são os azulejos ilustrados, desenhados um a um, com temas como arco-íris, salto da onça e a arara azul. Outro item que se destaca é a máscara panterona na versão glitter, perfeita para dar um toque lúdico e vibrante às paredes.
Maroca Desenha
Fundada pela recifense Mariana Belém em 2018, a Maroca Desenha é conhecida pelas ilustrações delicadas que adornam suas louças. Sereias, corações ergonômicos, andorinhas e até uma versão do famoso Abaporu, de Tarsila do Amaral, são exemplos das criações que fazem referência à cultura pernambucana.
Fabio Melo Design
Natural de Caruaru e radicado em Goiânia, Fabio Melo combina referências sertanejas com um design clean que remete à tradição escandinava. Suas peças são uma fusão de simplicidade e riqueza cultural, trazendo a essência do sertão nordestino em formas modernas e elegantes. Ideal para quem busca um estilo minimalista, mas com um toque regional.
Jota Zer0ff
Figura icônica do grafite em Recife, Jota Zer0ff é um desenhista autodidata e interventor urbano que transforma espaços com suas pinturas vibrantes. Seus murais são povoados por personagens folclóricos de Pernambuco, como o Caboclo do Maracatu Rural, e são reconhecidos pela explosão de cores e pela arte pop provocante. Perfeitos para quem deseja um toque de ousadia e autenticidade em casa.
Véio
Aos 78 anos, o sergipano Véio é um dos artistas populares brasileiros de maior reconhecimento internacional. Suas esculturas, inicialmente feitas com cera de abelha e posteriormente com madeiras mortas encontradas em Nossa Senhora da Glória, já foram expostas na França e na Bienal de Veneza. Cada peça é uma narrativa visual que incorpora a história e a vida do sertão sergipano.
Casa do Marimbondo
Criado na comunidade do Tigre, no pantanal sergipano, pela multiartista Naná Oliveira e a arquiteta Giovanna Arruda, este projeto de movelaria tem como objetivo gerar renda para as mulheres locais. Os móveis são feitos com hastes de metal e taboa, uma fibra que garante o sustento de muitas famílias da região. As peças são não só funcionais, mas também carregam a história e a cultura da comunidade.
Nêda
Figura conhecida de Cajueiro da Praia, no litoral piauiense, Nêda cria esculturas a partir de madeira reaproveitada de velhas canoas. Suas peças, expostas em uma simpática casinha, são verdadeiras parcerias com o tempo, o vento e a maré. Além das esculturas, Nêda é hábil no artesanato com a palha de carnaúba, criando itens decorativos únicos e cheios de identidade.
Trapos e Fiapos
Fundada em 1984 pela médica e designer Tereza Melo, a Trapos e Fiapos se tornou referência nacional na arte do tear. Artesãos do povoado de Santa Rita produzem tapetes, almofadas e capas para sofás utilizando taboa, algodão e buriti. O manejo sustentável garante que cada peça seja não apenas bonita, mas também ecologicamente responsável.
Curicacas
O grupo de artesãs de Campo Maior, no Piauí, se destaca pela originalidade de seus cestos de palha e pela transformação das clássicas vassouras de carnaúba em itens decorativos. As peças são vibrantes e funcionais, perfeitas para quem valoriza o artesanato regional e a sustentabilidade.
Re.Caseando
No bairro Poti Velho, em Teresina, artesãs mantêm viva uma técnica criada por Jovelina Soares há 24 anos. O bordado peculiar mistura garrafas PET reaproveitadas, fibra de buriti e pontos de renda para criar bolsas, brincos, enfeites de parede e sousplats. Cada item é uma combinação de sustentabilidade e tradição, refletindo a riqueza cultural do Piauí.
Maria dos Agaves
As artesãs da Ilha Grande de Santa Isabel, em Parnaíba, utilizam técnicas ancestrais indígenas para trançar a palha de carnaúba. Maria dos Agaves é um destaque da região, conhecida pelo delicado bordado em agave, também chamado de Richelieu. Suas peças são verdadeiras obras de arte que preservam e celebram a herança cultural nordestina.