O procedimento estético conhecido como “Botox da Barbie” tem ganhado notoriedade por sua proposta inovadora de suavizar a aparência facial, inspirada no icônico visual da boneca Barbie. Esta técnica envolve a aplicação de toxina botulínica no músculo trapézio, localizado entre os ombros e o pescoço.
Desde sua introdução em 1959, a Barbie tem representado um padrão de beleza muitas vezes considerado inatingível. No entanto, avanços nos tratamentos estéticos têm possibilitado a emulação desse visual em indivíduos reais, como observado com a influenciadora Isabelle Lux, cujo caso viralizou na plataforma TikTok.
Conforme explica a dermatologista Laís Rios, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o procedimento segue o mesmo princípio das aplicações convencionais de toxina botulínica, com ajuste nas dosagens devido à maior força do músculo trapézio.
“A musculatura é delimitada e a força muscular individual avaliada para então aplicar-se a toxina intramuscularmente. As doses variam entre 20 e 60 unidades por lado, conforme as necessidades do paciente”, detalha.
Origem terapêutica
Embora atualmente utilizado para fins estéticos, o procedimento originalmente possuía objetivos terapêuticos. A dermatologista Ana Carolina Sumam esclarece que a aplicação no trapézio era destinada a pacientes com dores crônicas na região, decorrentes de contraturas musculares.
Um efeito colateral observado é o afinamento da musculatura hipertrofiada, resultando em um pescoço visualmente mais longo, lembrando assim a silhueta da Barbie.
Entretanto, essa técnica não está isenta de riscos. Laís Rios alerta que pode haver migração da toxina para músculos adjacentes, como os do pescoço, causando dificuldades para sustentar a cabeça adequadamente.
“É crucial que o procedimento seja realizado por um médico especialista”, enfatiza. Os efeitos são perceptíveis já após a primeira sessão e requerem manutenção semestral. Após a aplicação, recomenda-se evitar atividades físicas por até 48 horas.
Apesar do recente ressurgimento nas redes sociais ocidentais, Ana Carolina destaca que esta prática é há tempos comum em países orientais, especialmente em preparativos para casamentos. “Por muitos anos, mulheres orientais recorreram ao procedimento para alcançar um pescoço mais alongado e delicado em seu grande dia”, conclui.